Depois de 2 dias a pedalar no topo da Serra da Estrela, a 2.000 mt. de altitude, rodeados por neve e de ontem termos feito um tour no sopé desta enorme montanha, hoje foi dia de pedalar numa das encostas, a cerca de 1.000 – 1.200 metros.
Mesmo sendo Inverno, a manhã estava linda, não havia vento, o sol brilhava com intensidade e o céu estava pintado com um lindo tom de azul. Um dia perfeito para um passeio de bicicleta.
Foi nestas condições, com a intenção de não nos cruzarmos com muitas pessoas, para evitar contactos (COVID-19), que iniciámos a nossa jornada perto da Vila do Carvalho.
A parte mais difícil foi a inicial, pela frente tínhamos uma enorme subida, com locais onde a inclinação era superior a 12%. Começámos a pedalar a 520 metros de altitude e passada uma curta distância já estávamos a 1.200 metros de altitude.
Passámos por pequenas quintas, onde eram visíveis algumas pessoas a trabalhar a terra e muitas ovelhas a pastar, todas com enorme tranquilidade e deliciadas com as abundantes e nutritivas ervas verdes desta região.
Há medida que subimos a montanha a paisagem foi-se alterando, as pequenas quintas e hortas deram lugar a imensos pinhais. Nos locais com mais sombra, misturada com as pinhas que estavam no chão, eram visíveis alguns salpicos de neve.
Porque começávamos a estar a uma altitude maior, as vistas começavam a impressionar. Começávamos a ver na linha do horizonte dezenas de montanhas e abaixo dos nossos pés tínhamos agora o traçado do Rio Zêzere e de várias ribeiras, algumas cidades (Covilhã, Fundão e Belmonte) e pequenas vilas.
Sentimo-nos a planar, como se estivéssemos a bordo de um drone!
Conseguíamos observar uma grande área de Portugal e algumas montanhas espanholas, onde se destacava o cume da Serra da Gata, todo coberto de neve.
Perto de uma fonte com água natural (Fonte Serra), decorada com um painel de azulejos alusivo a Nossa Senhora da Conceição, fizemos uma pequena pausa para descansar as pernas, comer uma sandes com o delicioso queijo desta região, o famoso Queijo da Serra, e algumas frutas locais.
Com o nosso estomago aconchegada e energia recuperada, recomeçámos a pedalar.
Agora, tínhamos pela frente cerca de 15 km, numa estrada plana, de terra batida e sempre ao longo da encosta.
Há muito que não víamos ninguém, nem uma pessoa e assim continuámos - só nós, imersos na natureza, unicamente a usufruir das vistas, dos aromas e a respirar bom ar.
Para terminar esta jornada tínhamos pela frente uma descida bastante acentuada, onde as nossas bicicletas rolavam muito depressa, até chegarmos à Capela da Nossa Senhora do Carmo, que fica muito perto da Vila do Teixoso, o local onde terminámos mais um dia.
Amanhã teremos um dia mais tranquilo, iremos visitar uma quinta e também, com mais tempo e atenção, a Capela da Nossa Senhora do Carmo.